A ferocidade do ser humano

Presente em mitos, lendas, religiões, filmes, literaturas e outras diversas representações culturais, o tigre é um dos animais que mais desperta o interesse nos seres humanos desde os tempos antigos. Símbolo nacional de países como Índia, Bangladesh, Malásia e Coreia do Sul, mascote de diversas equipes esportivas e empresas ao redor do mundo – até mesmo de marca de cereais de café da manhã, rs – o tigre pode não ser mais uma figura presente nas vidas das gerações futuras. O felino é essencial para a manutenção de um ecossistema saudável. No entanto, a espécie tem sido vítima do mais feroz e implacável predador de nosso planeta: o ser humano.

A agricultura, a colonização e a expansão urbana também têm sido duras com os animais. Isso porque reduziram drasticamente para apenas 7% seus habitats naturais, o que prejudica diretamente sua sobrevivência e por consequência, sua reprodução. O desmatamento das grandes florestas asiáticas em busca de madeira ou para serem transformadas em campos agrícolas, bem como o aquecimento global também são fatores prejudiciais à preservação da espécie, pois afetam diretamente seu habitat natural.

Através dos séculos e das regiões, os tigres sofrem com a maior ameaça à sua espécie, a caça e o contrabando. Por ter a pele, as garras, dentes e os ossos muito visados para usos comerciais e medicinais em alguns países asiáticos, as populações de tigres selvagens vem diminuindo drasticamente a ponto de que, hoje, todas as subespécies de tigres correm altos riscos de extinção. Segundo estimativas da WWF e da Global Tiger Forum realizadas em 2016, com uma queda de 97% de toda a população desde o início do século XX, existem cerca de 4.000 indivíduos selvagens sobreviventes da espécie. Em locais como Bali e Java, suas respectivas subespécies encontram-se extintas graças a caça praticada de maneira implacável.

Imagem de um tigre descontente
Imagem de um tigre descontente

Ainda há esperança

Dez anos podem ser o que separam a espécie de seu fim, caso a sociedade continue em um ritmo irrefreável de destruição da natureza. Há dez anos, em 29/07/2010, na região de São Petersburgo, na Rússia, foi criado o Dia Internacional do Tigre, com o plano de que esta data servisse para reiterar a importância da conservação da espécie e da preservação da fauna e da flora que os abrigam e alimentam.

Desde então, muitas fundações e projetos têm se esforçado na implementações de medidas que visam reduzir os efeitos prejudiciais das ações humanas que afetam os tigres, suas presas e seus habitat. A WWF também tem liderado uma campanha global para tentar, até o ano de 2022 (ano do tigre), dobrar o número de tigres selvagens e garantir a proteção a longo prazo da espécie.

Nos próximos dez anos será necessário continuar lutando, juntos, com olhos de tigre, pela conservação da fauna. Devemos manter a esperança de que um dia possamos reverter a sua ameaça de extinção, proporcionando a oportunidade desse animal raro e fascinante dar novamente o primeiro e mais importante passo rumo a uma nova década, repletos de vida.

Tigre esperança imagem um
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